Para os especialistas, as altas temperaturas afetam o corpo e a saúde das pessoas

A onda de extremo calor que atinge o Brasil tem chamado a atenção de autoridades e causado preocupação na população em relação à saúde. No Ceará, a maior temperatura do ano ocorreu ainda no fim do mês de outubro, no município de Jaguaribe, com 41,9°C. Já no último sábado, 18 de novembro, a cidade de Santa Quitéria atingiu 41,8°C, o segundo maior pico de temperatura no Estado. E as temperaturas devem continuar altas até o fim do ano, por isso é importante pensar na proteção.

De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o calor atual acontece por causa do afastamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) da costa cearense, além da ausência de outros sistemas precipitantes, como a predominância do fenômeno El Niño.

Para os especialistas, os maiores riscos para a saúde começam quando a temperatura do ar supera a do corpo humano, que é de cerca de 36,5 graus. Segundo a coordenadora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Messejana e médica clínica geral, Cinthia Rocha, acima dessa temperatura, o corpo fica sobrecarregado para se manter em equilíbrio.

Isso acarreta aumento das perdas indiretas, desidratação por suor ou pela transpiração da pele, o que chamamos de distúrbio hidroeletrolítico, reduzindo a quantidade de água no sangue e obrigando o coração a trabalhar mais para manter a pressão arterial, o que pode provocar taquicardia ou até mesmo infarto, caso a pessoa tenha um problema cardíaco pré-existente. Os distúrbios hidroeletrolíticos ocorrem quando o paciente perde quantidade significativa de líquidos corporais e, consequentemente, de eletrólitos. Essa perda pode ocorrer pelo suor excessivo, pela poliúria (excesso de urina), pelos vômitos e pela diarreia”, explica.

Ainda segundo a coordenadora da UPA, pessoas com doenças cardiovasculares, crianças menores de dois anos e idosos correm maior risco na exposição às temperaturas elevadas. “Crianças e idosos, por exemplo, bebem água com menos frequência. Em locais com alta temperatura, o risco de desidratação é alto. Sintomas como boca seca, irritabilidade, tonturas e desmaios por baixa pressão devem ser monitorados com atenção”, alerta a médica.

A clínica geral ressalta ainda que locais fechados e com grande aglomeração de pessoas, como shows e jogos de futebol, devem ser evitados em dias muito quentes. “Não é uma situação recomendada, mas se for inevitável, o ideal é tomar bastante líquido, usar roupas de proteção, utilizar meios físicos como barreiras (guarda-sol), além de fazer refeições leves”, orienta.

Caso o paciente apresente um ou mais sintomas decorrentes do calor excessivo, a orientação é procurar atendimento médico.

O tratamento do paciente com desidratação é feito por hidratação oral ou venosa. “Em casos leves de desidratação, orientamos que o paciente siga as orientações de reidratação oral na própria residência, mas em casos mais severos onde o paciente apresente tonturas, vômitos e outros sintomas mais graves, orientamos que o mesmo busque imediatamente uma unidade de saúde”, afirma Cinthia Rocha.

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Fonte: Governo do Estado

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